terça-feira, 9 de dezembro de 2014

O QUE CONTAMINA O HOMEM - 5ª - Parte

Quinta parte do estudo de Mateus 15:10-20



    A orientação dada aos discípulos a respeito da verdade que Cristo tinha estabelecido (v. 10). Embora Cristo rejeite o ignorante decidido, que não se importa com a instrução, Ele pode se compadecer do ignorante que está desejoso de aprender "E possa compadecer-se ternamente dos ignorantes e errados; pois também ele mesmo está rodeado de fraqueza." (Hb 5.2). Se os fariseus, que anularam a lei, estavam ofendidos, que continuem ofendidos; mas "muita paz têm os que amam a lei de Deus, pois nada os ofenderá; de uma maneira ou de outra, a ofensa será removida" (SI 119.165). Aqui temos: 

    1. O desejo dos discípulos de receber mais orientação sobre esse assunto (v. 15). Nesse pedido, assim como em muitos outros, Pedro foi o orador; os outros discípulos, provavelmente, o incentivavam a falar, ou deixavam claro que estavam de acordo: "Explica-nos essa parábola". O que Cristo tinha dito estava claro; mas, como não estava de acordo com as noções das quais eles tinham sido impregnados, embora não o contradissessem, ainda assim classificavam esse importante ensino como uma parábola, e não conseguiam compreender. Considere: ( I ) A compreensão fraca pode transformar verdades claras em parábolas, e procurar complicar o que é simples. Os discípulos freqüente-mente faziam isso, como em João 16.17 "Então alguns dos seus discípulos disseram uns aos outros: Que é isto que nos diz? Um pouco, e não me vereis; e outra vez um pouco, e ver-me-eis; e: Porquanto vou para o Pai?." Até mesmo um gafanhoto é um peso para um estômago delicado; e os bebés, em termos de entendimento, não conseguem tolerar e digerir um alimento sólido. (2) Quando uma mente frágil tem dúvidas a respeito de alguma palavra de Cristo, um coração justo e uma mente disposta irão procurar orientação. Os fariseus estavam ofendidos, mas não o tornaram público. Detestando ser transformados, eles detestavam ser instruídos; mas os discípulos, embora ofendidos, procuraram a satisfação, atribuindo a ofensa não à doutrina transmitida, mas à superficialidade da sua própria capacidade. 

    2. A repreensão que Cristo to lhes fez pela sua fraqueza e ignorância (v. 16): "Até vós mesmos estais ainda sem entender?" Não importa a quantos Cristo ensine e ame; Ele repreende a todos, sempre visando o bem de cada um. Observe que são realmente muito ignorantes aqueles que não compreendem que a contaminação moral é muito pior e mais perigosa do que a cerimonial. Duas coisas agravam a sua ignorância: (1) O fato de que eram os discípulos de Cristo: "Até vós mesmos estais ainda sem entender?" Em outras palavras: "Até vocês, que eu admiti em um círculo de tanta intimidade comigo, são tão pouco experientes na palavra da justiça?" Note que a ignorância e os enganos daqueles que professam a religião, e desfrutam os privilégios de serem membros de uma igreja, representam, com justa razão, uma tristeza para o Senhor Jesus. "Não é de admirar que os fariseus, que não sabem nada sobre o reino do Messias, não entendam esta doutrina. Mas vocês, que ouviram falar dela, e a aceitaram, e a pregaram aos outros, não podem ser estranhos ao espírito e ao gênio dela". (2) O fato de que eles tinham sido, já por algum tempo, alunos de Cristo. "Vocês ainda não entendem, mesmo depois de estarem tanto tempo recebendo os meus ensinamentos?" Se eles tivessem começado a estudar na escola de Cristo na véspera, a situação seria outra, mas o fato de terem sido, por tantos meses, os ouvintes constantes de Cristo, e ainda não conseguirem entender, era uma grande reprovação para eles. Cristo espera de nós : alguma proporção de conhecimento, graça, e sabedoria, conforme o tempo e os meios de que dispomos. Veja Jo 14.9; Hb 5.12; 2 Tm 3.7,8. 

     3. A explicação que Cristo lhes deu sobre essa dou- , trina da contaminação. Embora Ele reprove a ignorância dos discípulos, Ele não os abandona, mas se compadece deles, e os ensina, como em Lucas 24.25-27. Aqui, Ele nos mostra: (1) Que nós corremos pouco risco de contaminação por aquilo "que entra pela boca" (v. 17). Um apetite desordenado, a falta de moderação e os excessos na alimentação nascem do coração e contaminam, mas o alimento, em si, não contamina, como supunham os fariseus. Daqui-lo que existe de sujeira e contaminação no nosso alimento, a natureza (ou melhor, o Deus da natureza) providenciou uma maneira de nos limpar; o alimento "desce para o ventre e é lançado fora", e não sobra nada em nós, exceto a nutrição pura. Nós somos feitos e conservados de uma forma milagrosa e aterrorizante; e assim as nossas almas são mantidas vivas. A capacidade de expelir é uma necessidade do corpo, como qualquer outra, para a expulsão daquilo que é supérfluo ou nocivo; assim, alegremente a natureza se transforma, para o seu próprio bem; pela alimentação, nada contamina. Se comermos sem lavar as mãos, ou se algo impuro se misturar com o nosso alimento, a natureza o irá separar e expelir, e isso não representará para nós contaminação. Lavar-se antes de comer pode ser uma questão de asseio, mas não de consciência; e cometeremos um grave erro se confundirmos higiene com prática religiosa. O que Cristo condena não é o procedimento em si, mas a opinião que se constrói sobre ele, como se o alimento nos tornasse agradáveis a Deus "Ora a comida não nos faz agradáveis a Deus, porque, se comemos, nada temos de mais e, se não comemos, nada nos falta." (1 Co 8.8); o cristianismo não se apóia em práticas desse tipo. 

      
Continuaremos na próxima postagem sob Título: O QUE CONTAMINA O HOMEM - 6ª - Parte

Deus Abençoe Abundantemente
Pr. Marcelo Reis Ferreira

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